“Foi quando decidimos mudar de clínica, começar do zero, mas seria nossa última tentativa”

“Eu tenho hoje 42 anos, quando eu tinha 37, assim que eu casei, eu fui procurar uma ginecologista porque eu já namorava há um tempão, já estava casada há uns meses e nunca tive nenhuma suspeita de gravidez. Eu queria entender se estava tudo bem e a ginecologista me pediu vários exames e um deles era histerossalpingografia.

Quando retornei com os exames, deu que eu tinha hidrossalpinge nas duas trompas e elas eram obstruídas. A médica me disse que eu não iria engravidar naturalmente, que se você fosse mais jovem, até poderia fazer uma cirurgia para desobstruir as trompas, então vai para uma fertilização in vitro e ela me recomendou algumas clínicas.

Aí eu fui pesquisar as clínicas e em uma delas tinha um monte de artistas famosas que tinham engravidado, então optei por esta clínica e fui. O médico pediu alguns exames, mas logo me recomendou a FIV, sem nenhum tratamento nas trompas. Consegui 7 óvulos e no final 4 embriões. Fiz uma viagem a na volta marquei a primeira transferência.

Achei que ia engravidar na primeira. Quando a gente faz a transferência de embrião você se sente grávida, você sai da clínica grávida. Fiz o primeiro beta e deu 10 mUI/mL. A gente saiu comemorando, liguei pra todo mundo e avisei que estava grávida. No dia seguinte a clínica me ligou e foi quando fiquei sabendo que o valor era muito baixo… Repeti o exame e o resultado deu inconclusivo, era uma gravidez química.

O médico não me pediu nenhum exame e já fomos para a próxima transferência. A gente perguntava para o médico se não tinha que fazer biópsia do embrião e ele dizia que não. Tivemos negativos em duas transferências e quando faltava apenas o último de quatro aí o médico pediu a biópsia, mas era um embrião com classificação baixa 3CC. Aí no dia da transferência a clínica me avisou que o embrião era aneuploide, uma aneuploidia complexa e eu não fiz a transferência.

Fiquei quase 4 anos nessa clínica, sempre questionando os médicos, gastando dinheiro que eu nem tinha e me sentindo incomodada…

Em uma transferência de embrião depois meu beta deu 67 mUI/mL no décimo dia. Foi uma gravidez anembrionária, fiquei 3 meses com essa gravidez fazendo exame de beta dia sim, dia não, fazendo ultrassom dia sim, dia não para ver se a gravidez evoluía. Foi algo tão traumático na minha vida e no final tive que fazer uma cirurgia para tirar o resto saco gestacional.

Pedimos para trocar de médico para mudar a conduta, mas nenhum médico pedia exames e só queriam investigar se eu tinha trombofilia. Ninguém nunca olhava para as minhas trompas.

No total eu fiz seis transferências de embrião nessa clínica e não consegui nada. O médico já tinha botado apelido em mim, ele me chamava de abacaxi porque eu não conseguia engravidar. Eu já estava com a minha autoestima lá embaixo, descrente. Eu que sempre tive muita fé. Um médico chegou a me dizer: “Ah, às vezes é Deus que não quer, né?”.

Foi quando decidimos mudar de clínica, começar do zero, mas seria nossa última tentativa.

Aí eu peguei um achei um papelzinho dentro da minha bolsa com o nome do CITI Hinode e da doutora Eliana, que a minha médica ginecologista há quase quatro anos tinha me passado. Aí entrei no site, meu marido ligou e fomos convidados para um evento que ia acontecer em que a Dra Eliana apresentaria a clínica. Quando chegamos lá tinham outros casais e nenhum casal tinha o histórico que a gente tinha de tantas tentativas.

Passamos em consulta com a Dra Renata que me pediu uma bateria de exames. Quando eu retornei, ela analisou meus exames, fez um ultrassom em mim e logo após o exame a Dra Eliana entrou na sala, que nem era a médica que estava me atendendo, e conversou comigo de uma forma muito doce, com toda honestidade, explicando que com as minhas trompas doentes eu nunca conseguiria engravidar, que nenhuma FIV daria certo. Ela me disse que nunca faria uma FIV com aquele cenário e me indicou o Dr Thiago para uma cirurgia de retirada das trompas.

Eu comecei a chorar. Eu tinha passado quatro anos tentando engravidar, e agora ainda teria que fazer uma cirurgia. A Dra Eliana me deu apoio, disse que era uma cirurgia simples e que daria tudo certo e que a recuperação também seria rápida.

Dr Thiago me passou uns exames, a clínica me ajudou a pegar autorização para fazer a cirurgia pelo plano de saúde, Dr Thiago foi sempre muito competente e carinhoso com a gente. Eu realmente não tive nenhum problema, foi uma cirurgia simples, sem desconforto e no mês seguinte eu voltei pro CITI Hinode.

Quem me atendeu foi a Dra Suellen, que já sabia de todo meu histórico pela Dra Renata. Nos exames depois da cirurgia apareceu que eu estava com uma endometrite que tive que tratar com antibióticos por um mês. Olha quanta coisa eu tinha e a outra clínica não tinha visto!

Só então a gente começou uma nova FIV. Na primeira transferência em dezembro de 2022, não consegui engravidar.

Aí a Dra Suelen sabiamente, um amor de pessoa, ela sugeriu fazer diferente, fazer um ciclo natural e aí eu passei metade do meu preparo de endométrio sem nenhuma medicação. Comecei a tomar medicação dias antes de transferir meu embrião, ou seja, praticamente tudo natural. O meu corpo respondeu muito bem. Meu endométrio ficou trilaminado, os meus hormônios com os níveis altíssimos, aí eu transferi um embrião em fevereiro e no dia 14 de fevereiro o meu Beta deu positivo, deu 212 mUI/mL.

Nessa transferência eu senti que ia conseguir porque eu tinha recuperado a minha autoestima. Eu chorei muito.

Eu demorei quase cinco anos para engravidar. Eu fiquei quase cinco anos nesse tratamento. Eu fiz oito transferências de embrião, a gente gastou tanto dinheiro e foi um desgaste emocional tão grande, tão grande. Eu fico emocionada contando a minha história porque foi um sofrimento muito grande. Toda vez que eu fazia transferência e ia fazer o Beta, ver aquela palavra “indefinido”.

O Bento nasceu em outubro de 2023, um bebezão saudável, inteligente, lindo carinhoso, a luz do nosso viver… olhando para trás e vendo ele eu faria tudo de novo. Valeu a pena.

Eu tenho um carinho enorme pela Dra Suelen, pelo CITI Hinode e pela Dra Eliana que foi tão honesta comigo sobre o meu diagnóstico. Se não fossem elas eu não estaria com meu Bento no colo.”